domingo, 16 de agosto de 2009

O QUE É GEOPOLÍTICA? E GEOGRAFIA POLÍTICA?

É frequente a confusão entre geografia política e geopolítica, que na verdade são imbricadas, se sobrepõem em grande parte, mas não se identificam totalmente. Existe uma história de cada um desses saberes que mostra suas origens, suas especificidades, embora em alguns momentos eles tenham se mesclado, se identificado.
A expressão geografia política existe há séculos. Há inúmeros livros dos séculos XVII, XVIII e XIX com esse título. Mas considera-se que geografia política moderna, pelo menos tal como a entendemos hoje -- isto é, como um estudo geográfico da política, ou como o estudo das relações entre espaço e poder -- nasceu com a obra Politische Geographie [Geografia Política], de Friedrich RATZEL, publicada em 1897. Ratzel, na verdade, não criou o rótulo "geografia política"; ela apenas redefiniu o seu conteúdo, apontando para o que seria um verdadeiro estudo geográfico da política, uma concepção de política que muito deve à leitura de Maquiavel. Antes dele era comum encontrar em obras com esse título a descrição dos rios ou montanhas de tal ou qual Estado - ou seja, qualquer fenômeno ligado ao Estado (o ser político por excelência) era tido como assunto de geografia política.
A palavra geopolítica, por sua vez, foi criada no início do século XX, mais precisamente em 1905, num artigo denominado "As grandes potências", escrito pelo jurista sueco Rudolf KJELLÉN. (Mas atenção: a palavra geopolítica é que foi criada por Kjellén, pois não há dúvida que essa temática é bem mais antiga, ou seja, as grandes preocupações geopolíticas não surgiram no início do século XX (preocupações sobre o que é e quem é uma potência mundial, como se dá a disputa mundial pelo poder entre os Estados, que estratégias seriam adequadas para tal ou qual Estado tornar-se a potência regional nesta ou naquela parte do globo, etc.). Isto é, já existia anteriormente juízos ou análises a respeito do poderio de cada Estado, das grandes potências mundiais ou regionais, com a importância ou o uso do espaço geográfico na guerra ou no exercício do poder estatal.

Geografia crítica

A geografia crítica, também chamada geografia marxista, é o conceito que estabelece o rompimento da neutralidade no estudo da geografia, com a proposta de engajamento e criticidade junto a toda a conjuntura social, econômica e política do mundo. Este ramo estabelece uma leitura crítica frente aos problemas e interesses que envolvem as relações de poder, e a pró-atividade frente as causas sociais, com a defesa da diminuição das disparidades sócio-econômicas e diferenças regionais.

Esta corrente nasceu na França, em 1970, e depois na Alemanha, Brasil, Itália, Espanha, Suíça, México e outros países. A expressão foi criada na obra "A Geografia - isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra", de Yves Lacoste. A produção geográfica anterior a esta época pregava a neutralidade e excluía os problemas sociais, devido à concepção que tais temas não eram geográficos
Eu me recordo das aulas entediantes de geografia, que era pura decoreba. Hoje os temas são bem mais abrangentes.
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