
A GEOGRAFIA
NEOPOSITIVISTA/
QUANTITATIVAA nova Geografia, ou Geografia teorética, se
caracterizou principalmente pelo traço positivista no que se refere à busca de explicações científicas e à formulação de leis, aceitando uma profunda unidade entre as ciências e a possibilidade de
transferência de teoria de um campo para o outro.
Nesta
ótica, só a matemática poderia ser legítima como instrumento de conhecimento, abrindo também a possibilidade de aplicação de lei nas ciência sociais.
A descrição regional que até então estava sendo usada eliminava, segundo
Shaefer, o conteúdo científico da Geografia tornando-se necessário a integração científica da Geografia à outras ciência por meio da formulação de leis gerais.
Shaefer rejeita o conceito de região em pauta
propondo um resgate do determinismo de
Ratzel. Tratava-se da busca de uma teoria que, segundo
Bunge, citado por
Capel (1981), era o coração da ciência. Ainda segundo
Bunge, as
característica da teoria deviam ter: clareza,
simplicidade, generalidade e
exatidão, o que
se conseguiria fundamentalmente com a utilização de princípios matemáticos.
A observação e o trabalho empírico aparecem agora no final do método e não no início, como ocorria nos métodos indutivos dominantes. A Geografia
quantitativa tomou como base a
ideia de que a
transferência de teoria e conhecimentos de um campo para o outro só se torna possível através de uma linguagem única, qual seja a matemática. Portanto, se a matemática é a
linguagem das ciências em geral deve ser também a da Geografia. Faz-se uso para tanto de técnica estatística para garantir a
exatidão e
confiabilidade dos resultados. A revolução crítica, ocorrida na década de
cinquenta, surge como uma
reação ao
caráter essencialmente descritivo da Geografia, influenciada basicamente pela Geografia francesa. As ciências, em geral, passavam por um processo de mudança em suas bases
epistemológicas na busca de acabar com a
incerteza e
indeterminações presentes. O retorno ao racionalismo se dá através de um positivismo crítico, ou
neopositivismo.Temos, assim, os principais pontos que
caracterizaram a
passagem de uma Geografia clássica para uma moderna, substituindo o comportamento tradicional,
defasado e antiquado pela
exatidão conseguida através da revolução
quantitativa, substituindo a singularidade pela generalidade.